segunda-feira, 11 de abril de 2016

A síndrome do imperador, crianças tiranas
Cada vez nos surpreendemos mais com as condutas que as crianças têm com seus pais: falta de respeito, insultos, levantar a voz, entre muitas outras coisas. Um tipo de autoridade que passa de estar nos pais para estar nos filhos.
Parece que os papéis estão trocados. Já não são os pais que estabelecem as normas e impõem castigos, e sim os filhos que têm toda a autoridade.
“Educar uma criança não é lhe ensinar algo que não sabia, e sim fazer dele alguém que não existia”
-John Ruskin-
O que aconteceu? Por que esta mudança? Desde que se estabeleceu que qualquer “palmada no traseiro” ou “puxão de orelhas” são considerados maus tratos, os pais se amedrontaram e as crianças viram uma forma eficaz de manipular os seus pais.
Esta submissão não é nada benéfica para os nossos filhos, que crescem sendo hostis com a sua própria família e com uma crença autoritária que cedo ou tarde irá lhes mandar a conta.
Na mente de uma criança autoritária
Uma criança que tiver a “Síndrome do Imperador” sempre irá escolher o que comer, o que os outros devem fazer, quando sair, onde a família irá nas férias, o que assistir na televisão… Em resumo, ela ordena, dita e manda tanto nela quanto nos outros.
Por que isto acontece? Porque estas crianças têm a empatia subdesenvolvida. Isto quer dizer que não são capazes de experimentar as emoções e os sentimentos que tem a ver com se colocar no lugar do outro.
Se não fizermos o que a criança autoritária disser e ordenar, teremos que suportar seus chiliques, birras e, em alguns casos, suas agressões. Assim, ela se transforma em uma criança mais que autoritária, uma ditadora. É muito fácil distinguir uma criança que possua a terrível “Síndrome do Imperador”:
·         Possuem traços de personalidade próprios do egocentrismo.
·         Têm pouca tolerância à frustração.
·         Não sabem se controlar, nem administrar os seus sentimentos e suas emoções.
·         Não toleram que as suas exigências não sejam cumpridas.
·         Conhecem as fragilidades dos outros.
·         São especialistas em manipular psicologicamente os outros.
Quando reconhecemos tudo isso, às vezes nos perguntamos por que não estamos fazendo nada para resolvê-lo. Especialmente quando estamos vendo de fora. Muitos são os programas de televisão que mostram este comportamento terrível. Por que os pais não tomam uma atitude? Porque têm medo, mas principalmente porque permitiram que seus próprios filhos chegassem a este ponto.
A importância de educar
Por motivos que desconhecemos, existem pais que exercem uma educação passiva e bastante relaxada que fomenta que as crianças se transformem em autoritários cedo ou tarde. Isto não apenas causa problemas em casa, mas também na escola. Como os professores poderão lidar com estas personalidades autoritárias?
Estas crianças não sabem o que é o respeito, o perdão… desconhecem completamente qual é o seu lugar. Por isso, se transformam em pessoas desafiantes sem um objetivo na sua vida que não seja ter todos os outros à sua mercê. Os pais optaram por educar seus filhos de forma passiva, sem medir as consequências que cedo ou tarde começarão a lamentar
Sabemos que educar é uma tarefa árdua, complicada, que requer muito esforço e energia que, às vezes, não temos ou não queremos ter. No entanto, quando decidimos ter filhos essa é uma das primeiras premissas que aceitamos. Adquirimos a responsabilidade de educá-los, algo que inevitavelmente exige um esforço.
Quando ainda são crianças, acreditamos que há tempo para solucionar essa atitude que às vezes extrapola. O problema é quando vem a adolescência e nos vemos aterrados em um furacão de atitudes contraditórias que podem terminar em agressão. Este passo em direção à maturidade se vê mergulhado em algo que eles consideram como “correto”. Contudo, perdem seu tempo acreditando que aproveitam a vida enquanto a estão desperdiçando.
Por isso é tão importante que como pais nos esforcemos para que nossos filhos também aprendam o valor do esforço e saibam que é importante serem responsáveis e respeitosos com os outros.

Os limites são necessários. Estamos formando pessoas que irão conviver neste mundo e das quais devemos nos sentir orgulhosos. Se tanto faz, não podemos esperar umamudança.
As crianças autoritárias levarão muitos tombos até conseguirem aprender, mas nunca entenderão por que ninguém os educou direito desde o início.

 

Três marcas da infância que duram para sempre

A infância é aquele tempo no qual acontece um belo paradoxo; somos capazes de construir as bases mais fortes na menor quantidade de tempo, sem nem nos darmos conta disso. Aos quatro anos já começamos a definir nossa forma de ser. Daí em diante o que resta é desenvolver ou frear a inércia que pegamos em nossos primeiros anos de vida.
A infância deixa marcas que duram para sempre. São marcas imutáveis que se refletem principalmente na atitude que temos com nós mesmos e com os demais. No entanto, algumas destas marcas são mais persistentes e profundas, devido ao grande impacto que causam na mente da criança.
“O melhor meio para fazer boas crianças é fazê-las feliz”.
(Oscar Wilde)
A seguir, falaremos sobre as três marcas que interiorizamos durante nossa infância e que nunca se apagarão.

A impossibilidade de confiar desde a infância


Quando uma criança é enganada ou traída por seus pais ou responsáveis, dificilmente pode confiar nas outras pessoas ou, inclusive, em si mesma. Terá que lutar muito contra a tendência à desconfiança para conseguir estabelecer vínculos de intimidade com outras pessoas.
A criança é enganada quando lhe são prometidas coisas que não são cumpridas. Para elas, é importante que recebam o brinquedo prometido caso obtenham sucesso em alguma coisa em determinado momento, que sejam levadas ao parque que lhes prometeram, ou que seja dedicado um momento a elas, como lhes foi prometido.
Esses tipos de atos podem passar despercebidos, ou não ter importância para os adultos. No entanto, para a criança, representam um aprendizado sobre o que podem esperar, globalmente, das figuras próximas.
Se a criança observa que os pais mentem, aprenderá que a palavra carece de valor. Será difícil, então, acreditar nos demais e se esforçar para fazer com que a sua própria palavra seja confiável. Essa marca fará com que, durante seu desenvolvimento, tenha grandes dificuldades para estreitar os laços com os demais e para construir uma verdadeira intimidade – refúgio  – no qual se sinta segura com alguém.

O medo de ser abandonado

A criança que se sentiu só, ignorada ou abandonada, começa a acreditar que a solidão é um estado completamente negativo, e pode optar entre dois caminhos: ou torna-se excessivamente dependente dos outros, buscando constantemente alguém que a acompanhe e proteja, ou renuncia à companhia como medida de precaução frente ao sofrimento de um potencial abandono.
Aqueles que tomam o caminho da dependência podem chegar a ser capazes de tolerar qualquer tipo de relação, contanto que não fiquem sós. Acreditam que são completamente incapazes de escolher a solidão e, por isso, estão dispostos a pagar qualquer preço por companhia.
Aqueles que escapam do medo do abandono pela via da independência inflexível tornam-se incapazes de desfrutar a proximidade afetiva de alguém. Para eles, o amor é sinônimo de medoQuanto mais afeto sentem por outra pessoa, mais cresce sua ansiedade e seu desejo de escapar. São o tipo de pessoa que rompe vínculos cativantes para deixarem de sentir a angústia que uma eventual perda da figura amada poderia causar.

O medo da rejeição

A criança que foi permanentemente questionada ou censurada por seus pais costuma se transformar em uma inimiga de si mesma. Dessa maneira, desenvolve um diálogo interior no qual censura e recrimina a si mesma.
Esta criança, em sua vida adulta, provavelmente jamais vai se sentir confortável com o que faz, o que diz ou o que pensa. Sempre vai encontrar uma forma de sabotar seus planos e será muito complicado aceitar que ela também tem virtudes e acertos. Sentirá que não merece afeição, nem a compreensão de ninguém, e que suas expressões de amor direcionadas aos demais carecem de valor.
No geral, tornam-se adultos isolados e volúveis que sentem pânico em situações de contato social. Simultaneamente, são extremamente dependentes da opinião alheia. Diante da mínima crítica dos demais, se desvalorizam por completo, já que não sabem distinguir uma observação objetiva de um ataque pessoal.
Se, além de rejeitada, a criança também for humilhada, as consequências são ainda mais graves. As humilhações deixam sentimentos de ira não resolvidos, que se transformam em uma sensação de impotência contínua e que, muitas vezes, dá lugar a pessoas tiranas e insensíveis, que também buscam humilhar os demais.

As marcas que essas experiências da infância deixam são muito difíceis de modificar. No entanto, isso não quer dizer que não podem ser trabalhadas para que se tornem algo mais positivo. O primeiro passo é reconhecer que elas existem e que devem ser trabalhadas para que não determinem por completo o resto de nossas vidas.

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